quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CURTAS, CURTAS, CURT.....


Um montão de coisas rolando do lado de fora da minha janela e poucas delas, me afetam de fato. Algumas mexem com minha curiosidade, outras com minha sensibilidade, quiçá alguma coisa interfira com meu panteão de sensações-movidas-a-memórias...
   Na parte esportiva-automobilística, temos a configuração final das equipes de Formula 1, os testes coletivos (que deveriam despejar um pouco de luz na forma futura das equipes e pilotos, mas na prática não o faz) em Barcelona e as repercussões viscerais de "ditos" experts, cuja única expertise é serem movidos a paixão e miopia. Entre estas "percepções" perolísticas a de que "hoje em dia a Formula 1 é mercenária" ....façam-me o devido favor! Desde quando a categoria nem existia e tio Bernie era um bebê de fraldas (anãozinho e certamente muito mais feio) automobilismo é esporte caro. Envolve motores, pneus, gasolina, hospedagens, viagens, salários, testes, testes, deslocamentos, mais testes, corridas, frustrações, mais desenvolvimento, mais salários e por aí vai.....Isso custa dinheiro, tio. Real money!
    Depois dos anos 80, quando Bernie raposão já colocou a Formula 1 na rota da prosperidade as coisas escalaram um pouco, pero no mucho. Então a substituição do "poverino" Trulli pelo "endinheirado" Petrov não foi algo tão monstruoso assim, como tampouco monstruoso foi o ocaso da carreira de Rubens Barrichello. E sim, Bruno Senna e o Pastor Chaveado só estão na categoria máxima devido aos seus patrocinadores, a despeito de terem ambos, cartéis respeitáveis nas categorias de acesso.
    Não há 'bad boys" ou "good boys" nesse nível. É uma combinação de talento (que todos que um dia tiveram a ventura de pilotar um Formula 1 têm), em maior ou menor grau, apelo midiático, boas relações, construídas ao longo de uma vida e o "timing", ou seja momento. Petrov está lá porque é bom piloto e estamos prestes a ter um GP na Rússia, além do fato de que a economia russa estar bem melhor que  a italiana. Senna idem. O Brasil disfarça bem suas mazelas nessa época de propaganda ufanista (e criticavam os militares pelos adesivos de: "Brasil: Ame-o ou deixe-o!") e tem empresas que vêm vantagens em estar nesse nível de exposição. No problem. Quer ver uma carreira que foi bem vitoriosa contra a correnteza e a maré? Leia a ótima série de matérias do Leandro Verde sobre a temporada de 1988 da F 3000 em que Roberto Moreno se sagrou campeão, além da entrevista do próprio candango. Link: http://bandeiraverde.com.br/2012/02/17/entrevista-com-roberto-moreno-parte-3/.
    Outro assunto que rendeu manchetes e muitas baboseiras nos últimos tempos foi a transferência do Rubinho Barrichello para a Formula Indy. Caraca, o cara é maior de idade, vacinado, bem sucedido, vitorioso, em forma, quer que ele fique em casa jogando video game no computador? Desejo a ele mais sucesso que nunca e que um dia os brasileiros aprendam a respeitar quem merece. No nosso país a inversão de valores é atroz, a admiramos bicheiros, biscates bigbroterianas, vadias siliconadas, nulidades globais, ricos vazios, e jogadores de futebol meia boca....Sorry pelo português castiço, mas eu me enfureço cada vez que vejo comentários derrogatórios sobre pessoas que trabalham, são competentes, têm valor e mesmo assim são achincalhadas. Enquanto isso, um vivaldino em Brasilia está ganhando uma diária sem fazer nada, encaixando uma loirinha água oxigenada em algum gabinete, ou um sobrinho vagabundo, com o seu e o meu dinheiro....
     Do carnaval não pretendo comentar nada. Admiro os desfiles, acho incrível o trabalho dos carnavalescos, as cores, a criatividade e tudo mais, mas este ano dormi demais e pouco assisti.
Volto a qualquer momento em plantão extraordinário.

Nenhum comentário: